Enfim,esse povo não tem a minima consideração aos animais.
As touradas, tradicionais no México, enfrentam cada vez mais resistência ao redor do mundo, a ponto de serem proibidas em parte da Espanha, um berço da atividade. Para o jovem toureiro Octavio Garcia, mais conhecido como "El Payo", as críticas ao destino dos animais soam como um acinte.
"É falta de conhecimento das pessoas que sustentam essa tese, porque não pensariam isso se soubessem como cuidamos e respeitamos os touros, como gostamos dos touros. Eles morrem na arena, mas de forma muito digna, morrem lutando. Eles ainda têm a alternativa de sair vivos e de ferir o toureiro", defendeu o jovem de 22 anos.
Se demonstram bravura na arena e cativam o público, os touros são poupados, algo que acontece muito raramente. "A Corrida de Touros é parte da nossa história e, para mim, é a festa mais importante do mundo", declarou Payo, ainda suado, após executar dois animais.
Já os acidentes são mais frequentes. No último dia 11 de setembro, Salvador Hernandez Mariscal, 65 anos, recebeu uma chifrada no tórax e sofreu lesões irreversíveis em órgãos como o pulmão, o fígado e o intestino. Ele trabalhava na Plaza Nuevo Progreso como "monosabio", responsável por auxiliar o picador.
Na visão do jovem toureiro mexicano Octavio Garcia, 22 anos, os animais têm uma morte digna dentro da arena
Já o toureiro Fernando Ochoa, 34 anos, tomou duas chifradas na perna esquerda. "A técnica da tourada tem que ser aprendida desde pequeno para que você esteja protegido", declarou o mexicano, neto de um empresário que trabalha com os animais.
No começo do espetáculo, funcionários levam ao centro da arena uma placa com o nome e o peso do animal. Em uma das touradas acompanharas pela reportagem, o touro, exausto, foi ao chão antes de receber a estocada final de Ochoa. "Mata ele agora!", gritou um dos espectadores. "É pra hoje!", bradou outro.
Puxado pelo rabo, o animal voltou a se levantar. Atiçado com gritos pelo toureiro, ele atacou, a ponto de os espectadores gritarem "olé" nas fintas em que o corpo do homem chegava a roçar o do touro. No momento oportuno, os toureiros viram de costas para o animal e levantam o braço em busca de aplausos.
Ensaguentado, com a língua de fora e babando sem parar, o touro recebeu a estocada final em meio a um profundo silêncio dos espectadores. O golpe perfeito perfura a aorta e provoca a morte praticamente instantânea do animal. Insatisfeito, o público vaiou a saída do touro, puxado por dois cavalos para fora da arena.
Curiosas, crianças acompanham atentamente a preparação dos animais para o consumo após a realização tourada
Assim que é liberado, ao som de uma das duas bandas que atuam na arena, o touro entra em cena a toda velocidade. Em outra corrida acompanhada pela reportagem, o animal deu uma chifrada violenta em uma barreira de proteção logo no começo e quebrou um dos chifres. Desta forma, acabou substituído.
No final do espetáculo, os portões da arena são abertos. Sem qualquer tipo de restrição, os fãs têm a oportunidade de assediar os toureiros e até entrar na arena para tirar fotos. Outra alternativa é comprar partes dos animais que participaram das corridas para consumo próprio.
Arrastados para fora da arena, os touros passaram para as mãos dos açougueiros. A preparação dos animais para o consumo, sem as condições higiênicas ideais, vira um espetáculo, acompanhado por muitas crianças. Os interessados compram partes da carne e voltam para a casa com sacos plásticos ensaguentados.
FOTOS FORTES:
FONTE:
ANIMAISOS.ORG