Animais Fantásticos

Mudança de cor

Na última seção, vimos que a forma mais básica de camuflagem é a coloração que combina com o meio ambiente de um animal. Porém, o meio ambiente de um animal pode mudar de tempos em tempos. Muitos animais desenvolveram adaptações especiais que os permitem mudar sua coloração de acordo com a mudança em seu meio ambiente. Uma das maiores mudanças no meio ambiente de um animal ocorre na troca de estações. Na primavera e verão, o habitat de um mamífero pode estar cheio de verde e marrom, enquanto no outono e inverno tudo pode ser coberto de neve. Enquanto a coloração marrom é perfeita para um meio ambiente amadeirado de verão, pode tornar o animal um alvo fácil contra um fundo branco. Muitos pássaros e mamíferos lidam com isto produzindo diferentes cores de pêlo ou pena dependendo da época do ano. Na maioria dos casos, tanto a mudança da luz do dia ou a mudança na temperatura desencadeiam uma reação hormonal no animal, o que causa a produção de diferentes biocromos.


Reproduzido com a permissão do Ministro do Trabalho Público e Serviços Governamentais do Canadá, 2001
Como mudam as estações, a raposa do Ártico muda a cor de sua pelagem. Na primavera e verão, ela tem uma pelagem escura, para combinar com a terra marrom em seu meio ambiente. No outono e inverno, ela vale-se de pêlos brancos, para combinar com a neve do meio ambiente.
Penas e pêlos em animais são como cabelos e unhas dos humanos - são, na verdade, tecido morto. Estão presos ao animal, mas como não estão vivos, o animal não pode fazer nada para alterar sua composição. Conseqüentemente, um pássaro ou um mamífero tem que produzir uma pelagem ou penas completamente novas para mudar de cor. Em muitos répteis, anfíbios e peixes, por outro lado, a coloração é determinada por biocromos em células vivas. Os biocromos podem estar em células na superfície da pele ou em células em níveis mais profundos. Estas células em níveis mais profundos são chamadas de cromatóforos.


Foto cedida por David Parks
Chamaeleo pardalis, uma espécie de camaleão encontrada nas florestas de Madagascar. Os camaleões podem produzir uma grande variedade de cores e padrões em sua pele, mas eles fazem isso principalmente para expressar o humor, não para misturar-se em diferentes ambientes.
Alguns animais, assim como várias espécies de cartilagens de sépias (molusco da classe celafopoda - a mesma de lulas e polvos), podem manipular seus cromatóforos para a troca total da cor de sua pele. Estes animais possuem uma coleção de cromatóforos e cada um deles contém um pigmento singular. Um cromatóforo simples pode estar envolto por um músculo que pode contrair ou expandir. Quando o músculo da sépia se constringe, todos os pigmentos são empurrados para a parte superior do cromatóforo. No topo, a célula fica achatada dentro de um disco largo. Quando o músculo relaxa, a célula retorna ao seu formato natural de um pequeno pingo. Este pingo é muito difícil de ser visto porque a parte larga do disco constringe a célula. Constringindo os cromatóforos com um determinado pigmento e relaxando todos os outros com outros pigmentos, o animal pode trocar toda a cor do seu corpo.
Sépias, com essa habilidade, pode gerar uma ampla gama de cores e muitos desenhos interessantes. Por perceber a cor de um fundo e constringindo certa combinação de cromatóforos, o animal pode misturar-se a todos os tipos de meio ambiente. As sépias também podem usar esta habilidade para comunicarem-se. O camaleão, por exemplo, altera a coloração de sua pele usando um mecanismo similar, mas não para se camuflar. Camaleões tendem a trocar a cor de sua pele quando o humor deles muda, não quando se movem para meio ambientes diferentes.
Na verdade, algumas espécies de animais trocam os pigmentos que existem em sua pele. Nudibranches (uma pequena criatura marinha) troca sua coloração por alterar sua dieta. Quando um nudibranche alimenta-se de um tipo específico de coral, seu corpo deposita os pigmentos deste coral na pele e extensões externas do intestino. Os pigmentos aparecem, e o animal torna-se da mesma cor que o coral. Como o coral não é só a comida da criatura, é também seu habitat, a coloração é a camuflagem perfeita. Quando a criatura se move para um coral de cores diferentes as do anterior, seu corpo troca de cor com a nova fonte de comida. Similarmente, algumas espécies de parasitas, assumem a cor de seu hospedeiro, que também é a sua casa.
Muitas espécies de peixe gradualmente produzem diferentes pigmentos sem mudar sua dieta. Isto funciona mais ou menos como troca de pelagem sazonal em mamíferos e pássaros. Quando o peixe troca de meio ambiente, ele recebe sinais visuais de um novo modelo de ambiente. Baseado no seu estímulo, estas espécies começam a liberar hormônios que mudam a maneira de seu corpo produzir pigmentos. Com o tempo, a coloração dos peixes muda para combinar com seu novo meio ambiente.

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